sexta-feira, 12 de junho de 2015

Crise hídrica em São Paulo afasta indústrias do Estado

Por Vivian Schetini

São Paulo já previa a continuidade da crise hídrica para 2015, mas será que essa previsão preparou as indústrias para o racionamento severo associado as altas dos impostos? Principalmente impostos relacionados a própria água e consequentemente a luz, já que a baixa nas represas tem afetado e muito o fornecimento de ambos.

Tal cenário já era esperado há muitos anos, uma vez que não foi um ano sem chuvas que causou tantas danos, e sim anos e anos de más atitudes que vão desde pessoas comuns a grandes empresários.

Mas enfim, as grandes indústrias podem ter se preparado, ou ao menos estudado possibilidades de mitigação, já pequenas empresas nem sempre têm condições para isso, e sofrem com soluções nem sempre ideais, como a terceirização de parte da produção, ou até mesmo o encerramento das atividades.

Isso acontece principalmente para aquelas que precisam da água no processo de produção e precisam retirá-la dos rios, quanto mais baixo o nível, mais lama e sujeira vem junto com a água, o que torna a limpeza e tratamento cada vez mais caro, o que consequentemente aumenta os custos de produção.

De acordo com a FIESP (Federação das Industrias do Estado de São Paulo) aproximadamente 60 mil indústrias estão sofrendo com o momento atual. A solução encontrada por algumas é deixar o Estado rumo a locais mais apropriados para a manutenção de seus negócios.

Tal cenário está sendo previsto há cerca de dois anos por algumas empresas, como as de bebida, por exemplo. Desde 2013 Coca Cola e Ambev vêm investindo juntas mais de R$2,4 bilhões em plantas do Paraná. De acordo com a assessoria de imprensa da Coca Cola, ações para mitigar os efeitos com a crise hídrica já vêm sendo estudadas. Já a Ambev se instalou em Ponta Grossa, e a prefeitura da cidade comemora já que afirma que os investimentos giram em torno de R$580 milhões.

As indústrias de celulose também sofrem com a estiagem, informações da ABTCP (Associação Brasileira Técnica de Celulose e Papel) mostram que empresas estão saindo de São Paulo e se fixando no Paraná, Rio Grande do Sul, Mato Grosso e também Nordeste.

Esses são só alguns exemplos, outros segmentos sofrem direta ou indiretamente com a recessão, seja de água ou financeira. A marolinha virou onda, e essa onda podia encher as represas ao invés de esvaziar os bolsos dos brasileiros.

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