Por Vivian Schetini
São Paulo já previa a continuidade da crise hídrica para
2015, mas será que essa previsão preparou as indústrias para o racionamento
severo associado as altas dos impostos? Principalmente impostos relacionados a
própria água e consequentemente a luz, já que a baixa nas represas tem afetado
e muito o fornecimento de ambos.
Tal cenário já era esperado há muitos anos, uma vez que não
foi um ano sem chuvas que causou tantas danos, e sim anos e anos de más
atitudes que vão desde pessoas comuns a grandes empresários.
Mas enfim, as grandes indústrias podem ter se preparado, ou
ao menos estudado possibilidades de mitigação, já pequenas empresas nem sempre
têm condições para isso, e sofrem com soluções nem sempre ideais, como a terceirização
de parte da produção, ou até mesmo o encerramento das atividades.
Isso acontece principalmente para aquelas que precisam da
água no processo de produção e precisam retirá-la dos rios, quanto mais baixo o
nível, mais lama e sujeira vem junto com a água, o que torna a limpeza e tratamento
cada vez mais caro, o que consequentemente aumenta os custos de produção.
De acordo com a FIESP (Federação das Industrias do Estado de
São Paulo) aproximadamente 60 mil indústrias estão sofrendo com o momento
atual. A solução encontrada por algumas é deixar o Estado rumo a locais mais
apropriados para a manutenção de seus negócios.
Tal cenário está sendo previsto há cerca de dois anos por
algumas empresas, como as de bebida, por exemplo. Desde 2013 Coca Cola e Ambev
vêm investindo juntas mais de R$2,4 bilhões em plantas do Paraná. De acordo com
a assessoria de imprensa da Coca Cola, ações para mitigar os efeitos com a
crise hídrica já vêm sendo estudadas. Já a Ambev se instalou em Ponta Grossa, e
a prefeitura da cidade comemora já que afirma que os investimentos giram em
torno de R$580 milhões.
As indústrias de celulose também sofrem com a estiagem, informações
da ABTCP (Associação Brasileira Técnica de Celulose e Papel) mostram que empresas
estão saindo de São Paulo e se fixando no Paraná, Rio Grande do Sul, Mato Grosso
e também Nordeste.
Esses são só alguns exemplos, outros segmentos sofrem direta
ou indiretamente com a recessão, seja de água ou financeira. A marolinha virou
onda, e essa onda podia encher as represas ao invés de esvaziar os bolsos dos brasileiros.
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